Em Macau, Celso Sabino defende ecoturismo sustentável como alternativa para alinhar proteção da natureza e desenvolvimento econômico
Ministro participa do Fórum Global de Economia do Turismo ao lado de líderes mundiais do setor. Evento segue até o próximo sábado (23.09)
“Não existe como colocarmos em lados opostos a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico através do turismo sustentável”. Essa foi a defesa brasileira levada pelo ministro do Turismo, Celso Sabino, para um dos painéis do 10º Fórum de Economia de Turismo Global (GTEF), que acontece em Macau, na China.
Com o tema “Rumo ao Destino 2030: Investindo nas Pessoas, no Planeta e na Prosperidade”, o debate contou com representantes da Organização Mundial do Turismo (OMT), de autoridades do turismo de Portugal, Espanha, Itália, França e de empresários do segmento com atuação internacional.
Na conferência, os líderes trouxeram a necessidade de desenvolver ações coletivas para avançar na conquista de um planeta saudável e próspero até 2030. A preocupação é com o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos na 17ª Assembleia Geral da ONU, em 2015.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, ressaltou que defender o meio ambiente é também pensar nas pessoas, principalmente nos que vivem perto de florestas, às margens de rios e os povos originários. “A partir do momento em que existe uma exploração econômica sustentável, o cidadão que mora nessas áreas terá a oportunidade de perceber que é possível se desenvolver economicamente e socialmente. E aí, ele passa a ser um defensor da floresta e um protetor dos rios porque ele vai perceber que ali é a sua fonte de renda, é a sua fonte de economia. E o turismo tem a possibilidade de promover isso!”, explicou o ministro.
Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços de Portugal, trouxe o conceito de sustentabilidade focado nos pilares: clima, compromisso e cooperação. “Sustentabilidade significa garantir o futuro e para isso é preciso ter uma perspectiva global focada nas mudanças climáticas; no compromisso de todos os cidadãos, turistas, empresas e entidades do governo e também da cooperação entre as várias entidades nas diferentes causas”, afirmou o secretário português.
Além da importância do desenvolvimento sustentável do setor, a Diretora Executiva da OMT, Natalia Bayona, chamou a atenção para a necessidade de se investir em mão-de-obra, já que a atividade turística depende e é centrada nas pessoas. “O desenvolvimento do turismo vai depender da qualidade dos serviços prestados pelas pessoas”, enfatizou.
GTEF – O ministro também participou da abertura do Fórum, que neste ano realiza a sua 10ª edição e tem como tema “Destino 2030: Libertar o Poder do Turismo em Prol de Negócios e Desenvolvimento”.
O evento termina neste sábado (23.09). Durante quatro dias, os debates girarão em torno das oportunidades para promover a recuperação da economia global do turismo e garantir um ecossistema turístico extremamente resiliente, a partir da cooperação internacional. A Organização Mundial do Turismo tem evidenciado esforços da China neste sentido.
A China é um dos maiores emissores de turistas do mundo. Em 2019, antes da pandemia, 170 milhões de chineses viajaram ao exterior. Já Macau é um centro mundial de turismo de lazer e a negócios. A cidade recebeu 11,6 milhões de turistas no primeiro semestre, contra 5,7 milhões ao longo de todo o ano de 2022.
Ao discursar no evento de abertura do GTEF, o Secretário Geral da OMT, Zurab Pololikashvili, defendeu como prioridade do setor para a próxima década o incentivo à formação. “A educação é a nossa maior aposta de futuro. Não é só atrair turistas, educação é a nossa palavra-chave, e a China tem um enorme potencial para formar trabalhadores mais qualificados, além de criar cursos para qualificar o turismo no mundo”, afirmou.
Por Paula Rosa
Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo