Na reabertura da Casa do Artesão, reflexões sobre a vida deles, e a importancia desse segmento cultural

A reabertura festiva da Casa do Artesão no dia 19 de março último, provocou reflexões de autoridades, servidores que atuam na área e até mesmo entre os próprios artesãos sul-mato-grossenses. É um segmento que é pouco avaliado em seus aspectos menos ou mais importantes. Qual a renda dessa classe de trabalhadores no Estado? Que benefícios e deveres tem? Como vivem? Quanto o segmento do artesanato regional arrecada em tributos?

A gerente de artesanato da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Katienka Klain, nas entrevistas que concedeu à imprensa por ocasião da reabertura do prédio recuperado, afirmou que na baixa temporada, a Casa do Artesão rende cerca de R$ 80 mil aos trabalhadores. Já na alta temporada, época de férias, quando o turismo está aquecido, esse valor chega a R$ 300 mil no total. “Isso é geração de renda. Tem artesão que só deixa as peças que confeccionou aqui e consegue ficar em casa, só produzindo, porque a parte comercial está aqui”, explica Katienka. “Nossa grandiosidade é que o dinheiro foi investido nos artesãos e na cultura sul-mato-grossense”, agradece Katienka.

Para o diretor-presidente da Fundação de Cultura de MS, Max Freitas, é muito importante, especialmente para os artistas, o retorno da Casa do Artesão “porque é a volta do comércio, das vendas do artesanato, a volta dos eventos, das exposições. Tudo isso motiva os artesãos a produzirem mais e consequentemente ganharem mais, melhorarem suas rendas”, explicou o secretário.
Exemplificou mostrando que as 2 mil peças que a Casa do Artesão expõem, têm por trás pelo menos 800 artesãos. “Que levam um pouquinho da nossa história de Mato Grosso do Sul e de Campo Grande para o mundo”, completa o diretor-presidente da Fundação de Cultura, Max Freitas. O que se vê exposto na Casa do Artesão é a cultura de Mato Grosso do Sul, “e quando o turista compra uma das artes lá expostas, está levendo para terras forasteiras, através dos bugrinhos, das artes em osso, em madeira, em sementes de frutos regionais, na cerâmica kadiweu, terena e das mais diversas etnias, muito da nossa história, da nossa cultura. Por isso vejo esse prédio centenário como a transpiração da nossa cultura”.

A restauração

Para Antonio Luís Ramos Sarasá Martin, responsável pela restauração, a entrega tem um significado especial. “A inspiração vem do próprio edifício. O prédio conta a sua história. Esse é o grande lance: que o próprio estúdio trabalha com essa filosofia do aprendizado. Então, nós vamos buscar esses elementos materiais, saberes e fazeres e aplicar essas técnicas, só que essas técnicas são encantadas, então ficou muito mágico ver que as paredes transpiram, que a argamassa era necessária nessa transpiração. Então, é um encanto e a gente trouxe essa magia um pouco para cá. Estamos entregando muito mais do que casa, estamos trazendo também a alma dos artistas e poetas para cá”.

Transversalidade

O presidente da Secretaria de Esporte, Turismo e Cultura de MS, Marcelo Miranda. destacou a importância do “trabalhando a transversalidade, que tanto o governador Eduardo Riedel nos cobra. Aqui estamos unindo a cultura e o turismo, para valorizar a arte de Mato Grosso do Sul. Para as pessoas que vem de fora, estamos colocando este local no roteiro turístico, mas é importante também dar visibilidade para que o povo do Estado tenha a Casa do Artesão como ponto de visitação”, enfatizou o secretário Marcelo Miranda.

Ele também comentou sobre a promoção da Secretaria estadual com a Semana do Artesão, que aconteceu na sede do Clube Militar de Campo Grande, que se constituiu em um grande sucesso, de público, e com a presença de muitos artesãos com suas obras. “Estamos prestigiando os artesãos porque sabemos de sua grande importância para a arte e a cultura municipal e estadual. Aproveito para agradecer ao povo de Campo Grande e também aquelas pessoas que vieram de outros municípios para prestigiar a Semana dedicada aos nossos artesãos”. Realmente o evento teve êxito total de público neste ano.

Maurício Hugo
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