Conheça os 5 patrimônios culturais imateriais da humanidade no Brasil

Dos 38 bens culturais imateriais brasileiros, reconhecidos pelo IPHAN, 5 foram inscritos pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

por Geraldo Gurgel

O Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, de acordo com a UNESCO, órgão das Nações Unidas, compreende as expressões de vida e tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todo o mundo recebem de seus ancestrais e repassam a seus descendentes. No Brasil, 38 manifestações culturais imateriais já foram reconhecidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Destas, cinco estão inscritas na UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. São saberes, celebrações e formas de expressões. A Agência de Notícias do Turismo apresenta agora um pouco mais sobre elas:

Foto: Divulgação/Embratur
Foto: Divulgação/Embratur

 

Roda de Capoeira – A mistura de dança e luta tem, entre suas origens, o período da escravidão.  A capoeira desenvolveu-se como rito social e de solidariedade entre os escravos. A estratégia para lidarem com o controle e a violência é uma manifestação cultural que reúne canto, toque dos instrumentos, dança, golpes, jogo, brincadeira, símbolos e rituais africanos.  Na roda de capoeira, os mestres, formados na tradição, transmitem o saber aos demais. Hoje, um dos símbolos da identidade brasileira é praticado em mais de 160 países.

Foto: Acervo/Prefeitura de Recife
Foto: Acervo/Prefeitura de Recife

Frevo – A expressão artística do carnaval de Recife é uma forma musical, coreográfica e poética enraizada em Pernambuco. O gênero musical urbano surgiu no final do século XIX, no carnaval. As bandas militares e suas rivalidades, os escravos libertos, os capoeiristas, a nova classe operária e os novos espaços urbanos definiram a configuração do frevo caracterizado pelo jogo de braços e pernas e dança frenética. A manifestação artística desempenha importante papel na formação da música brasileira.

Foto: Luiz Santos
Foto: Luiz Santos

Samba de Roda – No Recôncavo Baiano é uma expressão musical, coreográfica, poética e festiva das mais importantes da cultura brasileira. Exerceu influência no samba carioca e, até hoje, é uma das referências do samba nacional. Está presente em toda a Bahia, principalmente no Recôncavo, o entorno da Baía de Todos os Santos. A herança negro-africana no samba de roda se mesclou de maneira singular a traços culturais trazidos pelos portugueses (principalmente viola e pandeiro) e à própria língua portuguesa nos elementos de suas formas poéticas.

 

Foto: Diretoria da Festa de Nazaré
Foto: Diretoria da Festa de Nazaré

Círio de Nazaré – A celebração religiosa de Belém (PA) é considerada uma das maiores do mundo. O Círio tem como ponto alto a procissão da qual participam mais de dois milhões de pessoas. Instituído em 1793, no segundo domingo de outubro, o traslado da imagem percorre cinco quilômetros, da Catedral da Sé, na Cidade Velha, onde Belém nasceu, até a Praça do Santuário, no bairro de Nazaré. Os paraenses consideram a festa um grande momento anual de demonstração de devoção e solidariedade, de reiteração de laços familiares e manifestação social e política.

Foto: Heitor Reali
Foto: Heitor Reali/Iphan

Arte Kusiwa – A pintura corporal e arte gráfica dos povos indígenas Wajãpi, no Amapá, sintetizam o modo particular de conhecer e agir sobre o universo. São 48 aldeias onde vivem mais de mil índios. A arte está vinculada à organização social, uso da terra e conhecimento tradicional. Os indígenas usam composições de padrões Kusiwa nas costas, na face e nos braços. A pintura é para todos os dias e quando os adultos se pintam, os jovens aprendem a fazer composições de kusiwarã no corpo.

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